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quinta-feira, 21 de julho de 2011

Castidade em primeiro plano

Prática cristã é assunto na Revista Época


Em contexto: Anunciar o voto de castidade funciona?

Uma campanha nacional a favor do recato ganhou força na internet. Na semana passada, a palavra-chave “euescolhiesperar” figurou entre os dez temas mais populares do site de mensagens curtas Twitter no Brasil. As mensagens faziam referência à campanha Eu Escolhi Esperar, que prega entre os jovens a castidade antes do casamento. O perfil do movimento é seguido por quase 20 mil pessoas no Twitter. Há outros movimentos semelhantes emergindo no Brasil. O que explica essa crescente popularidade do celibato numa época de aparente avanço na liberalidade sexual?

Alguns desses movimentos, como o Eu Escolhi Esperar, são incentivados pela ONG Mobilizando o Brasil, que difunde campanhas coordenadas por igrejas evangélicas e congregações cristãs. Essas campanhas são tradicionais no país. No ano 2000, aos 17 anos, a cantora Sandy dizia que se guardava para o casamento. Agora, as campanhas vêm ganhando espaço na internet para chegar mais perto dos jovens. “A castidade não é um sinal de anacronismo, mas a tentativa de criar uma alternativa de comportamento para o presente”, diz o psicanalista Christian Dunker, da Universidade de São Paulo (USP).

Trata-se da versão brasileira de um movimento forte nos Estados Unidos. Em 2007, o governo George W. Bush destinou US$ 191 milhões a mais de 700 programas de educação sexual que defendem a abstinência. Em festas de 15 anos, adolescentes americanos anunciam a castidade e adotam um anel para simbolizar o compromisso. Com a eleição de Barack Obama, em 2009, a orientação federal mudou para a educação sexual convencional. Mas a campanha continua influente. Quando despontaram para o sucesso mundial, em 2008, os integrantes do grupo musical Jonas Brothers não saíam de casa sem seus anéis. A cantora jovem Miley Cyrus o adotou também.

Alguns ativistas da castidade se amparam em pesquisas que mostram as vantagens da opção. Em janeiro, um pesquisador da universidade americana Brigham Young, ligada à igreja mórmon, entrevistou 2.035 pessoas, religiosas ou não, com idade entre 19 e 71 anos e períodos de casamento que variam de seis a 20 anos. Os casais que dizem não ter feito sexo antes do matrimônio apresentaram um relacionamento melhor em quatro aspectos: comunicação, satisfação com o relacionamento, percepção da estabilidade e até qualidade sexual.

Difícil é manter o voto de castidade. Em 2004, Sandy declarou que “não considerava virgindade fundamental para o casamento”. Casou-se em 2008. Nos Estados Unidos, Kevin, o mais velho dos Jonas, manteve seu anel de pureza no dedo até trocá-lo por um de casamento, em 2009. Seus irmãos Joe e Nick, porém, abandonaram a abstinência – ao menos como bandeira de campanha. Miley também. Os três passaram a ser vistos no ano passado com os dedos despidos.

fonte: Revista Época

3 comentários:

Jovens Adoradores disse...

Senti um tom irônico na matéria. Qual sua opinião sobre o assunto?

John Lennon disse...

Facil falar, dificil é manter!!
mais, definitivamente:
"Euescolhiesperar!"

Deborah Nascimento disse...

#EuEscolhiEsperar