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sexta-feira, 22 de março de 2013
Enciclopédia Gospel
Nós, como cristãos, não devemos praticar a falsidade pois essa não é uma virtude de um servo de Cristo pois o nosso Deus é justo, fiel e verdadeiro.
Por Luis Eduardo
I. O FERMENTO DOS FARISEUS
“Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia” (Lc 12.1b).
A palavra fermento [do gr. zume]
significa de corrupção intelectual e moral inveterada, vista em sua
tendência de infectar os outros. Aqui o fermento é aplicado aquilo que,
mesmo em pequena quantidade, pela sua influência, impregna totalmente
algo; seja num bom sentido, como na parábola em Mt 13.33; ou num mau
sentido, de influência perniciosa, “um pouco de fermento leveda toda a
massa”.
Os usos simbólicos da palavra “fermento”, na Bíblia, são geralmente
negativos. O fermento freqüentemente representou o mal e o erro. Podemos
traçar no Velho Testamento o desenvolvimento destes significados da
palavra “fermento”. O uso do fermento era proibido durante a Páscoa, a
festa em que os israelitas comemoravam a libertação da nação judaica da
servidão egípcia (Êx 12.15). De fato, os israelitas não tinham permissão
para incluir fermento nos sacrifícios feitos a Deus. Em Levítico, Deus
disse: “Nenhuma oferta de manjares, que fizerdes ao Senhor, se fará com
fermento; porque de nenhum fermento, e de mel nenhum queimareis por
oferta ao Senhor” (Lv 2.11).
“E Jesus disse-lhes: Adverti e
acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus 11 Como não
compreendeis que não vos falei a respeito de pães? E sim: acautelai-vos
do fermento dos fariseus e dos saduceus. 12 Então, entenderam que não
lhes dissera que se acautelassem do fermento de pães, mas da doutrina
dos fariseus e dos saduceus. (Mt 16.6,11-12).
Baseando-se nesta tradição de que o fermento representava alguma coisa
má, impura e inaceitável por Deus, Jesus e Paulo se referiram às falsas
doutrinas como fermento. Jesus advertiu contra o fermento o falso
ensinamento dos fariseus e dos saduceus (Mt 16.12). Paulo disse que
aqueles que tentavam persuadir os cristãos a voltarem à pratica da lei
de Moisés espalhavam o fermento (Gl 5.4-9).
O fermento também representava a influência corruptora da
imoralidade. Paulo se referiu ao problema da imoralidade sexual entre os
cristãos de corinto em termos duros e perguntou: “Não sabeis que
um pouco de fermento leveda a massa toda?” (1ª Co 5.6). Deixada sem
correção, a ação do fermento da imoralidade pode se espalhar e corromper
a congregação inteira.
Os fariseus eram formalistas,
legalistas, ritualistas, nominalistas. Eles endeusavam as obras. Os
fariseus eram, céticos, materialistas, humanistas. Não criam no
miraculoso, no sobrenatural.
II. O FERMENTO DA HIPOCRISIA
“Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais
em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam” (Mt
23.33).
O hipócrita é o homem que, no próprio nome da religião, quebra as leis
de Deus. É o homem que diz que não pode ajudar seus pais porque tinha
dedicado seus bens ao serviço de Deus (Mt 15.7; Mc 7.5); é o homem que
se recusa a ajudar um enfermo no sábado, porque isto seria uma violação
da lei do sábado, embora não deixe descuidar do bem-estar dos seus
animais no sábado (Lc 13.15).
É o que pratica todos os gestos externos da religião enquanto no seu
coração há orgulho e arrogância, amargura e ódio. É o tipo de homem que
nunca deixa de ir para a igreja e que nunca deixa de condenar um
pecador. O seu orgulho é do tipo que imita a humildade.
Os fariseus eram referência moral, ética e religiosa para o povo de
Israel à época de Jesus. Aos olhos do povo os fariseus eram tidos por
justos “Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas
interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade” (Mateus
23.28).
Em nossos dias a palavra fariseu é utilizada de modo pejorativo,
sinônimo de hipocrisia, mas à época de Cristo nomeava um grupo
específico de seguidores do judaísmo.
O farisaísmo era uma das mais severas seitas do judaísmo e seus
seguidores lideravam um movimento para trazer o povo a submeter-se à lei
de Deus. Eles eram extremamente legalistas, formalistas e
tradicionalistas (Mt 15.1-3).
O hupokrités é o homem que pela causa da religião afasta outras pessoas do caminho certo:
“Pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria
consciência, que proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos
que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e
por quantos conhecem plenamente a verdade; pois tudo que Deus criou é
bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável, porque, pela
palavra de Deus e pela oração, é santificado” (1ª Tm 4.2-5).
Paulo se refere aos falsos mestres que estavam promovendo um estilo de
vida rigoroso e acético (cf. Cl. 2.20 -23), proibindo o casamento, e
ordenando a abstinência dos alimentos. Persuadem os outros a lhe darem
ouvidos em vez de escutarem a Deus.
[....]. A proteção do crente contra tais enganos e ilusões consiste na
lealdade total a Deus e à Sua Palavra. Por isso precisamos estar
consciente de que homens de grandes dons e unção espirituais podem
enganar-se e enganar os outros com sua mistura de verdade e falsidade
[Comentário Bíblia Pentecostal. P. 1870 CPAD].
III. A HIPOCRISIA DE PEDRO
III. A HIPOCRISIA DE PEDRO
Vejo que a hipocrisia é um doas maiores assassinos da graça
divina; e isto está identificado na carta do apóstolo São Paulo aos
Gálatas 2.11-14.
“Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti -lhe face a face, porque
se tornara repreensível. 12 Com efeito, antes de chegarem alguns da
parte de Tiago, comia com os gentios; quando, porém, chegaram,
afastou-se e, por fim, veio a apartar -se, temendo os da circuncisão. 13
E também os demais judeus dissimularam com ele, a ponto de o próprio
Barnabé ter-se deixado levar pela dissimulação deles. 14 Quando, porém,
vi que não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho, disse a
Cefas, na presença de todos: se, sendo tu judeu, vives como gentio e
não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?”
Nesse consenso mais uma vez foi
colocada em dúvida por ocasião da visita de Pedro a Antioquia (Gl
2.11-21). Mas também, naquela ocasião, Paulo não cedeu um só milímetro
da verdade do evangelho e agora, mais ainda, não tem intenção de diante
dos judaizantes.
Também Israel, citado na aliança de
Abraão, estava condicionado a lei. Contudo, contra argumenta Paulo,
assim o Evangelho torna-se um não evangelho (1.6-9), porque desaparece o
escândalo da cruz de Cristo, ou seja, Cristo morreu em vão (2.21;
5.11). Assim o Evangelho deixa de ser a graça (1.6; 2.21; 5.4). Por quê?
Quem vê a lei como parte integrante da aliança, de tal modo que a
eleição da parte gratuita da parte de Deus encontra sua correspondência
subseqüente no cumprimento humano da lei, concede à lei um lugar que,
segundo Paulo, não lhe corresponde. Essa unidade entre aliança e lei
como caminho de salvação para alcançar a vida concede às “obras da lei”
uma importância que, conforme a visão do Apóstolo ela não pode ter. Quem
assim procede quer ser “justificado pala lei” (2.21; 5.4); pretende
apoiar-se em seus êxitos com a lei, e não está disposto a atribuir
somente a Cristo a glória da redenção (Gl 6.13s). Não lhe basta “ser
“justificado em Cristo” (2.17). Ele não confia unicamente na graça da
cruz, mas atribui ao cumprimento da lei parte de sua redenção.
Porque Deus levantou Paulo como apóstolo? Porque o discípulo Pedro,
aquele que havia aprendido com mestre Jesus, estava colocando em jogo a
pregação do Evangelho.
“E chegando Pedro a Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível” (v. 11).
Porque Paulo repreendeu a Pedro? Ele nos conta: “Porque, antes
que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios:
mas, depois que chegaram se foi retirando e se apartou deles, temendo os
que eram da circuncisão” (v. 12).
Cefas (que quer dizer Pedro), que tinha experimentado a liberdade
que há em Cristo depois da visão em At 10.10-35, começou a comer com os
gentios em Antioquia. Quando
vieram os judaizantes de Jerusalém, Pedro, hipocritamente deixou de
seguir o princípio dado pelo próprio Deus. Será que podemos aceitar este
apóstolo mais do que qualquer outro como infalível? Sendo que afirmam
alguns que Pedro foi o primeiro papa e era infalível. Se Pedro era
infalível, segundo o ensino de alguns, porque Paulo diz no verso 11 que
“se tornara repreensível”.
Paulo resistiu na face um apóstolo que foi escolhido por Jesus. Qualquer
líder espiritual que se torna culpado de erro e da hipocrisia deve ser
confrontado e repreendido pelos colegas de ministério (cf. 1ª Tm
5.19-21). Isso, sem favoritismo; até mesmo uma pessoa de destaque como o
apóstolo Pedro, que foi grandemente usado por Deus, necessitou de
repreensão corretiva. As Escrituras indicam que Pedro reconheceu a sua
falta e aceitou a repreensão de Paulo, de modo humilde e arrependido.
Posteriormente, ele refere-se a Paulo “nosso amado irmão Paulo” (2ª Pe
3.15).
Dificilmente um falso líder aceitaria uma correção como Pedro aceitou.
Uma repreensão de ministro para ministro não é uma ofensa dentro do
presbitério! Errar é humano, falhar todos falham, mas devemos reconhecer
o erro. Ou será que você iria ficar bravo e chutar o balde e ofender
seu irmão? Mas Pedro, como um servo de Deus, arrependeu-se e aceitou a
repreensão do amigo Paulo.
O Evangelho que Paulo pregava era algo novo tanto para os gentios como
para os judeus. A indignação de Paulo não era preocupação com sua
posição, ou seu status de apóstolo de Cristo. A preocupação como ele
declara duas vezes em Gálatas 2, era a “Verdade do Evangelho”. Em outras
palavras, estava em jogo não somente a salvação dos gálatas, mas também
o futuro do próprio cristianismo. O que Paulo não queria era um
Evangelho misturado.
Paulo viu através da duplicidade e expôs a hipocrisia em Pedro. Com
efeito, ele repreendeu: Pedro você foi hipócrita diante dos judeus e
depois diante dos gentios. Você está falando de liberdade, mas não vive
essa liberdade. Sai de cima do muro Pedro, deixe de ser legalista, e
viva a verdade do evangelho. Os outros judeus também dissimularam com
ele, de maneira que até barnabé se deixou levar sua dissimulação.
“E também os demais judeus dissimularam com ele, a ponto de o próprio
Barnabé ter-se deixado levar pela dissimulação deles. Quando, porém, vi
que não procedia corretamente segundo a verdade do Evangelho, disse a
Cefas, na presença de todos: se, sendo tu judeu, vives como gentio e não
como judeu, porque obrigas os gentios a viverem como judeus” (Gl
2.13-14).
Porque Paulo disse palavras tão fortes? Porque as pessoas
costumam seguir os líderes. As ovelhas seguem os seus pastores, mesmo
que eles estejam errados. Se você disser que é pecado comer sem lavar as
mãos eles vão acreditar e obedecer. O líder é o espelho da igreja. Se
você for um fariseu legalista os seus seguidores também irão ser, a
menos que alguém lhe exponha a verdade.
Antes de começar a pensar que jamais cometerá o crime da hipocrisia,
que você está acima dessa tentação, lembre-se do que Paulo expôs em sua
carta aos Gálatas. Um líder espiritual tão forte e estável quanto Pedro
caiu nela. E com muitos outros, “o próprio Barnabé”.
O legalismo é sutil, é insidioso. Descobri que ele representa
especialmente uma tentação para aqueles cujo temperamento tende a
agradar as pessoas, o que nos leva de volta à maravilhosa passagem em
Gálatas 1.10 que nos liberta: “Porque persuado eu agora a homens ou a
Deus? Ou procuro agradar homens? Se estivesse ainda agradando aos
homens, não seria servo de Cristo”.
O verdadeiro ministro é aquele que defende o Evangelho de Cristo,
pois Deus não nos deu um espírito de temor, mas de fortaleza, por isso
devemos batalhar pelo Evangelho. A Bíblia diz que Jesus veio purificar
para si um povo zeloso e de boas obras.
Zeloso: que tem cuidado da doutrina – que segue o evangelho sem mistura (farisaísmo, dogmatismo, legalismo, filosofias etc.).
Boas obras: Que tem fruto do Espírito (Gl 5.22-23), evangelismo,
assíduo no trabalho de Deus no tocante aos cuidados dos órfãos e viúvas.
Estas boas obras nos diferenciam do mundo e não um fanatismo obscuro.
Precisamos urgentemente rever os ensinos da igreja primitiva: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (At 2.42-47).
A igreja primitiva praticava a verdadeira doutrina, eram homens de
oração, tinham comunhão uns com os outros, no partir do pão, no amor, no
perdão, unidade, temor a Deus e a verdadeira adoração.
A igreja primitiva estava fundamentada na doutrina dos apóstolos.
Eles não priorizavam os costume e culturas da época. Deus não está
preocupado se nos saudamos com ósculo santo ou não, mas precisamos da
oração e do estudo correto da Palavra de Deus que nos faz crescer em
Cristo.
IV. COMO DEUS VÊ A PRÁTICA DA HIPOCRISIA
A hipocrisia que se revela na justiça apenas externa e não interna. Jesus
usou uma linguagem que deixa bem claro que a hipocrisia é abominável
aos olhos de Deus, não importando a forma em que ela se manifeste.
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes
aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas
interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia.
Assim, também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas
interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade. Serpentes,
raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?” (Mt
23.27-28, 33).
O Novo Testamento menciona a palavra
fermento como símbolo de crescimento mal, pois a maledicência dos
fariseus está associada a grupos sectários e sofistas.
V. HIPOCRISIA QUE É FRUTO DE UMA MENTE CAUTERIZADA
“Nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para
que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual
é a imagem de Deus”. (2ª Co 4.4).
O diabo o deus deste século, tem segado milhares e milhares de pessoas para que não resplandeça a luz do evangelho.
O apóstolo Paulo ainda diz:
“Pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, (1ª Tm 4.2).
Eles falam em nome de Cristo, mas pregam um evangelho anátema (Gl 1.8), cheio de mentira, engano e falsidade.
Os hipócritas serão condenados por Deus. “... pela hipocrisia de
homens que falam mentiras” (v.2). E quem é o pai da mentira? É o diabo
(Jo 8.44). Portanto os mentirosos serão lançados no lago de fogo (Ap
21.8).
“E castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes” (Mt 24.51).
Aqui há uma advertência. De todos os pecados, a “hipocrisia” é aquela no
qual é mais fácil cair; e entre todos os pecados, é o mais
rigorosamente condenado.
O hipócrita é um lobo disfarçado de ovelha.
No evangelho segundo Mateus Jesus nos
adverti dizendo: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos
apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores”
(Mt 7.15).
Lobos fantasiados de ovelhas: Os
hipócritas aparentam uma coisa, mas na verdade é outra (At 20.29-30).
Fingem ser cristãos, mas servem ao diabo; fingem-se de santos, mas são
enganadores. Estão na igreja, mas não fazem parte da igreja de Cristo.
Suas intenções são malignas.
A hipocrisia estabelece um perfil de
autoridade rígido e ao mesmo tempo irresponsável. Está foi a síndrome
dos fariseus que se traduziu num terrível perfeccionismo religioso onde a
incoerência moral era compensada por todo um aparato externo de
santidade e cerimonialista.
Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Blumenau - SC
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